domingo, 18 de maio de 2014

“O modelo de gestão empresarial pode sim ser empregado no serviço público”

Deputado. Michel JK avalia atual momento do Parlamento e como a iniciativa privada pode moldar bons gestores.
Ele surgiu na política local como uma jovem promessa, herdeiro do primeiro político da família, seu avô Stephan  Houat, que foi vereador. E lá se vão três mandatos consecutivos, sempre com a mesma ‘pegada’ digamos assim. De fala fácil e tido como pragmático em suas decisões, o deputado Michel JK (PSDB) agora revela sua faceta de administrador, pois desde janeiro que assumiu o controle administrativo e financeiro da Assembleia Legislativa. Tamanha responsabilidade é encarada por ele com muita serenidade. Ele recebeu o Diário do Amapá para uma avaliação deste período e também sobre como observa o cenário político local e nacional. Os principais trechos da entrevista estão a seguir.

Cleber Barbosa
Da redação

Diário do Amapá – Este ano começou com mudanças importantes para o seu mandato na Assembleia Legislativa não é?
Michel JK – Com certeza, o ano de 2014 começou com essas mudanças na Casa, na verdade já vinham acontecendo mudanças administrativas, descentralizando o fluxo dos processos, culminando com a criação da Diretoria-Geral e da Controladoria, tocadas por técnicos. Mas essa última foi inédita, de repassar a administração financeira para a Corregedoria. Então como a atribuição é minha vou desincumbir, da melhor forma possível.

Diário – Como está sendo essa experiência para o senhor?
Michel – Nesse momento a gente espera conduzir da melhor maneira possível, dando condições para que cada parlamentar e todo e qualquer servidor da Casa possa realizar o seu papel, que é fortalecer o Parlamento e dessa forma ajudar o estado do Amapá a se desenvolver, com foco na geração de emprego, na geração de renda, enfim, além de ajudar o senhor governador em tudo o que for possível, quando o assunto for de interesse da população do Estado do Amapá.

Diário – O chamado apoio institucional, é isso?
Michel – Exatamente, essa Casa nunca irá se opor e nunca se opôs a nada que gere expectativas de desenvolvimento e melhoria de qualidade de vida a todas as pessoas que moram e acreditam no Amapá.

Diário – O que ficou de toda essa situação, com as mudanças no comando da Assembleia Legislativa deputado?
Michel – Eu costumo falar que a gente aprende muito mais na dor do que no amor, então com certeza esse momento que todos nós passamos naquela Casa serviram para a nossa reflexão, mas também foram momentos de união para que a gente pudesse dar uma resposta. Quando falo resposta é no sentido de ser uma resposta favorável ao povo do Amapá, que nos confiou esse mandato, de representar a cada cidadão, independente de quem votou em cada um dos 24 deputados e deputadas estaduais. Este Parlamento representa a população de todo o estado, num mandato outorgado pelo povo e por Deus, que nos conduziu também e que está nos dando essa oportunidade. A reflexão nos levou a trabalhar muito mais, pois com todos os problemas que a Assembleia enfrentou ela não deixou de fazer suas audiências públicas, suas sessões deliberativas além de ouvir a sociedade civil organizada, de ouvir as categorias dos trabalhadores, de lutar pelos interesses comuns da sociedade amapaense, ou seja, fizemos o nosso trabalho.

Diário – Melhorou a chamada produção legislativa então?
Michel – Com toda certeza, essa legislatura tem feito a diferença, não só em quantidade, mas em qualidade. Foram muitos requerimentos, indicações e projetos de grande relevância e alcance. Todos os 24 parlamentares fizeram o papel para o qual foram eleitos, é um dever de cada um e responsabilidade de todos nós políticos.

Diário – E o que tem sido feito na gestão que podemos dizer já leva a sua marca pessoal?
Michel – Olha, venho da iniciativa privada, de uma família de empreendedores. O modelo de gestão empresarial pode sim ser empregado no serviço público, pois tem fundamentos nos resultados, mas na otimização dos recursos disponíveis, sejam eles financeiros, materiais ou humanos. Posso dizer que ainda estamos tomando pé da situação, revendo todos os processos e auditando tudo, para garantir toda a segurança possível em nossas contratações e compras.

Diário – Mas no serviço público existe a tal da burocracia. Ela atrapalha muito?
Michel – Posso dizer que é um mal necessário, pois todas as medidas que lá atrás os legisladores pensaram e formularam as regras para o serviço público executar suas finanças tiveram como cerne a proteção ao erário. Devemos valorizar e respeitar o recurso público, que como o próprio nome diz é público, fruto da enorme carga tributária a que está submetida a sociedade brasileira, portanto o que é recolhido através dos impostos e deve ser devolvido em forma de serviços a essa mesma sociedade.

Diário – Que está mais atenta, o senhor diria?
Michel – Sim, além disso, com o site, com o Portal da Transparência que a Assembleia tem cada cidadão pode acompanhar cada deputado em tempo real. Hoje todas as nossas sessões são transmitidas via rádio, via televisão, portanto é possível ver o desempenho de cada parlamentar e posso afirmar que todos os 24 deputados e deputadas da Assembleia tem feito um trabalho de excelência pelo povo do Amapá.

Diário – Paralelamente a tudo isso o senhor ainda cuida do mandato, como está essa agenda?
Michel – Pois é, a gente rala bastante... [risos] Mas na verdade o exercício do mandato é o que mais fortalece a continuar o trabalho parlamentar, pois entrei na política por ideal mesmo, gosto de me sentir útil e responsável por proporcionar políticas públicas que ajudem ou garantam assistência ao cidadão.

Diário – Gosta do corpo a corpo?
Michel – Sim, com certeza. Estou sempre em contato com as pessoas, caminho bastante pela cidade e percorro nosso interior ouvindo os clamores e as agruras das comunidades, o que garante uma eficácia em nossa atuação parlamentar, pois as proposições legislativas que adotamos refletem as demandas, o que dá ainda mais legitimidade a essa representação que nós temos no Parlamento.

Diário – E o seu partido, o PSDB, como está sendo tocado no Amapá?
Michel – Somos um partido de muita tradição no Amapá e no país todo. Já governamos o Brasil com Fernando Henrique e em vários estados com muito sucesso e resultados positivos. Aqui a gente está consolidando esse trabalho, o partido se renova a cada dia, temos muitas lideranças jovens além de uma militância aguerrida. Estamos criando condições favoráveis para que nosso candidato a presidente da República também vença a eleição no Amapá.

Diário – Será Aécio Neves mesmo?
Michel – Tudo indica que sim e ele quer. Está muito preparado e traz um retrospecto de ter sido um dos melhores governadores que o país já teve. Um homem honrado, vem forte.

Diário – E com relação à sucessão estadual?
Michel – Faz parte do contexto, claro, estamos conversando bastante e no momento certo iremos nos posicionar, com certeza.

Perfil

Entrevistado. Michel Houat Harb – o Michel JK – é empresário e economista nascido em Macapá, com 35 anos de idade. Filho dos empresários Romeu e Kátia, começou a trabalhar aos 10 anos no Magazine Brasília de propriedade de sua família. Aos 17 anos assumiu, juntamente com seus irmãos, a Importadora JK. Formou-se em Economia pelo Centro de Ensino Superior do Amapá - CEAP. Entrou para o ramo da hotelaria e de abastecimento de combustíveis. Casou-se com Marilu e é pai de Karime e Michel Filho. Em 2004 foi eleito o vereador mais votado de Macapá e em 2006 chegou à Assembleia Legislativa como o 10º mais votado. Em 2010 nova vitória nas urnas, desta vez como o 3º mais votado. Atualmente é corregedor e gestor da AL.

DOMINGO NO PARQUE: Jipeiros são atração na Fazendinha

A presença dos veículos 4x4 no Parque de Exposições da Fazendinha na festa do Domingo no Parque será uma das atrações do evento, voltado a garantir atividade o ano todo no palco da Exposição Agropecuária. 
Cleber Barbosa
Editor de Turismo

Para garantir que se tenha atividade o ano inteiro no Parque de Exposições da Fazedinha, o Governo do Amapá lança neste fim de semana a programação denominada “Domingo no Parque”, organizada pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural (SDR), que é responsável pelo local, palco de um dos maiores eventos anuais do Estado, a Expofeira Agropecuária. E os jipeiros serão uma das atrações do dia, afinal o Jeep Clube de Macapá possui sua sede e até um circuito ‘indoor’ para a prática do Off-road dentro do Parque, no distrito da Fazendinha.
Segundo Janilton Mourão, presidente do Jeep Clube de Macapá, a programação coincide com o lançamento de um novo evento do clube, a “1ª Semana 4x4”, aberta hoje e que vai até o dia 06 de abril, tendo como ponto alto o dia 4 de abril, Dia Mundial do Jeep. “Nós resgatamos essa data há alguns anos, reunindo nossos associados e parceiros como o Exército Brasileiro, para reverenciar o Jeep Willys, um carrinho valente e que é considerado um herói de guerra”, diz o dirigente do clube.
A administração do Amapá Garden Shopping resolveu abraçar a causa e também entrar nas homenagens ao segmento off-road e ao Jeep Willys. Durante toda a semana alguns exemplares da frota do Jeep Clube estarão em exposição na área interna do shopping. “Os jipeiros e suas máquinas possantes e coloridas chamam muito a atenção do público, especialmente das crianças, daí a gente ver com bons olhos essas iniciativas de também reverenciar esse valente utilitário”, diz o presidente do Jeep Clube, Janilton Mourão.
"Resgatamos o Dia Mundial do Jeep para reverenciar esse carrinho valente, considerado um herói de guerra".
Janilton Mourão, presidente do Jeep Clube
Jeeparada - A programação para este domingo será aberta com uma recepção e café da manhã aos associados do Jeep Clube, no Parque de Exposições. Na ocasião os jipes serão adesivados e serão distribuídas camisetas para a ‘Jeeparada’, que será uma grande carreta jipeira para divulgar a Semana 4x4. Durante todo o dia uma série de eventos acontecem sob a coordenação da SDR e será aberta ao público. À tarde, a concentração para a saída do comboio será em frente ao Macapá Hotel, na Praça Beira Rio, às 16 horas.
O ponto alto da programação da Semana 4x4 será na sexta-feira próxima, dia 4/04, no Dia Mundial do Jeep. Durante o fim da tarde, o público poderá além de conferir a exposição dos jipes no Shopping, também apreciar uma apresentação da Banda de Música do Exército Brasileiro, através de militares lotados no 34º Batalhão de Infantaria de Selva, o Comando de Fronteira Amapá. A entrada é franca. Pegue sua família e confira.

Jeep Clube é esporte, adrenalina e filantropia

Fundado em 17 de novembro de 2004, o Jeep Clube de Macapá é uma entidade filantrópica, portanto sem fins lucrativos. É tido como um clube muito democrático, reunindo mecânicos, profissionais liberais, servidores públicos e até empresários, com suas famílias e como ponto em comum a peixão pelo Off-road, expressão que significa “fora-de-estrada”. Seus associados além da prática desse esporte que requer coragem e o gosto pela adrenalina, também são afeitos a ações sociais, com inúmeras iniciativas filantrópicas e de apoio aos necessitados. Já realizaram transporte de vacinas por localidades de difícil acesso, como a Reserva Agroextrativista do Cajari, além de donativos e transporte de vítimas de enchentes e alagamentos, fraldas e alimentos para a Casa da Hospitalidade, bem como diversas outras atividades. No calendário dos eventos anuais, destaque para a Trilha Berro, o Fest Jeep no Meio do Mundo e participação no Rally das Savanas, no Suriname. Nos dois últimos anos, alguns de seus integrantes participaram da Fenajeep, em Santa Catarina, da TransBahia e do Cerapió/Piocerá. O piloto Manoel Mandi foi campeão brasileiro de 2012.

Programação tem Jeep para passear e até exposição de 4x4 no Shopping

DIA 30/03 (Domingo).

9 horas - Café da Manhã na Sede do Jeep para o lançamento da 1ª Semana 4x4 (em parceria com Shopping Amapá Garden)  e participação no lançamento do programa do GEA PROTAF - Programa Territotial de Agricultura Familiar e Florestal-Horticultura Agroecológica.
- Presença do Governador Camilo Capiberibe e da secretária de Estado da SDR, Cristina Almeida  e dos representantes do Shopping Amapá Gardem.
- Adesivagem dos carros 4x4 para a JEEPARADA da tarde.
- Entrega de camisas aos participantes da Jeeparada.
16 horas - Concentração na Orla da Beira Rio em frente ao Hotel Macapá para a JEEPARADA - comboio dos carros 4x4. 
17 horas - Chegada no Shopping Amapá Garden, acessar o estacionamento do shopping para área reservada para os carros do Jeep Club que ficarão perfilados.
19 horas - Estará a disposição do público na área interna do shopping - exposição de carros 4x4, material de camping, sala de estar com exibição de vídeos do Jeep Club de Macapá.

De 31/03 a 06/04 - Período que estará em exposição SEMANA 4X4 para o público durante o funcionamento do Shopping;

Dia 04/04 - Dia Mundial do Jeep - Apresentação da Banda de Música do 34º na Praça de Alimentação do Amapá Garden Shopping. 

Dia 06/04 - Encerramento com almoço no Shopping e circuito indoor montado na área do Amapá Garden.

CUSIOSIDADES

- A palavra jipe é um aportuguesamento do termo em inglês jeep, derivado da pronúncia em inglês da sigla GP, que significa general purpose ou "uso geral", embora essa não seja a origem do nome. 
- O veículo surgiu durante o esforço de guerra americano, no final dos anos 1930 e início dos 40, em que era necessário um veículo leve, com capacidade de superar terrenos difíceis e com obstáculos, e com capacidade para levar alguns homens e armamentos.

1940
Ano do batismo do jipe com o nome de “Willys”.

HERÓI DE GUERRA

“Sem o mínimo de instrução, os jovens tendem a cair no mundo da violência”

Advogado. Wagner Gomes passa a limpo as grandes questões relacionadas à violência e criminalidade no país.
Um homem de fala mansa, trato fácil e muito simpático. Mas que é capaz de sucumbrir às lágrimas ou travar embates homéricos, quando está com a beca, no púlpito do Tribunal do Júri, seu habitat natural por assim dizer. Mas o advogado Wagner Gomes é mais que isso, é uma das vozes mais respeitadas na hora de tomar partido sobre os grandes temas da atualidade e na defesa dos interesses do estado e do cidadão. Em uma semana de novos debates a respeito da violência, o Diário do Amapá quis beber da fonte, por assim dizer, coletando reflexões de um dos mais experientes criminalistas em atuação no Amapá sobre esses e outros temas da carreira do Direito. Acompanhe os principais trechos a seguir.

Cleber Barbosa
Da Redação

Diário do Amapá – O senhor é tido como um dos mais conceituados advogados criminalistas em atuação no Amapá, dono de uma longeva carreira, então está vendo como toda essa movimentação dos mais diversos segmentos da sociedade em debater a violência?
Wagner Gomes – A questão da violência é bastante antiga, ela começa quase com a própria sociedade. A violência tem que ser combatida principalmente com educação e grandes projetos sociais, onde se possa dar ao jovem principalmente condições para que ele possa buscar qualidade de vida, um trabalho digno, vejo essa duas condições para que esse jovem possa estudar e buscar condições de criar uma família com razoáveis condições.

Diário – A população carcerária do Amapá é essencialmente jovem, na casa dos 18 aos 26 anos. Isso tem a ver com essa questão de falta de oportunidade a que o senhor se refere?
Wagner – Com certeza. O que se vê quando se vai na Penitenciária é isso. Agora é importante dizer que isso não é de hoje. Eu conheço a Penitenciária desde quando ela foi construída, pois sou do tempo da advocacia ainda da Colônia Penal do Beirol, que recebia os presos, então tenho acompanhado isso pari passu, então é muito triste fazer essa constatação, de que a maioria é jovem. São jovens que se agridem, que agridem outros jovens, tendo principalmente o tráfico de drogas, o roubo ou assalto como se diz, ou ainda praticando homicídios. E não existe no meu ponto de vista o chamado crime organizado. É a falta de educação, é a falta de oportunidade. A maioria desses jovens tem um mínimo de instrução, então tende a cair na violência, no crime principalmente atraído pela promessa de lucro rápido nas drogas.

Diário – Muitos acabam entrando nisso ao experimentar a drogas?
Wagner – Exatamente, o traficante dá a primeira dose, seja do pó, do crack ou da maconha, vicia o jovem e isso o transforma como se fosse o aviãozinho dele [o traficante] e isso é uma armadilha para o jovem.

Diário – Por falar em jovens, tem sido verificado no chamado modus operandi dos criminosos aqui no Amapá o uso de jovens e até menores de idade nesses grupos criminosos que praticam assaltos ou mesmo no tráfico de drogas. Isso leva à discussão da redução da maioridade penal, qual sua opinião a respeito?
Wagner – O Senado Federal colou para a pauta na próxima semana apreciar novamente a questão da menoridade penal, portanto é um tema que se pode dizer recorrente. Há quem chegue a dizer que a menoridade é uma cláusula pétrea, argumentos a favor da menoridade penal e outros contra, mas particularmente eu acho que isso poderia ser dirimido com um plebiscito, que pé um instrumento que a Constituição Federal agrega dentro do seu seio. Eu defendo que após uma campanha bastante exaustiva através dos meios de comunicação, abrindo espaço para os que são contra e os que são a favor. Depois disso a população legitimaria através deste plebiscito essa questão, é uma consulta popular. Eu acho que essa é a grande solução.

Diário – Este semana que passou o CNJ promoveu em todo o país um mutirão de julgamentos de acusados de crime de homicídio e a Justiça do Amapá mais uma vez foi destaque por estar em níveis muito acima da média nacional, por não levar tanto tempo para julgar esses casos. O que o senhor acha do nosso aparelho da Justiça Estadual?
Wagner – Uma das mais céleres do país, com certeza. Nós temos dois juízes na Vara do Tribunal do Júri, o doutor João Lages e o doutor Luiz Hausseler, que fazem um excelente trabalho e digo por experiência própria, por vivência mesmo, pois temos ainda a ajuda dos defensores públicos, dos advogados, enfim, todos agindo para que no máximo em dois anos os processos de crime de homicídio sejam julgados. É claro que existem também aqueles casos em que a pessoa comete o crime e antes de ser citadas deixa o distrito da culpa. Mas hoje em dia existe o julgamento mesmo sem a presença do réu, basta que tenha sido citado anteriormente. Hoje em dia a lei estabelece e aqui nós temos essa boa vontade, dos juízes, dos serventuários, dos promotores e todos aqueles que atuam no Tribunal do Júri, dentre os quais eu me incluo, fazendo com que estejamos vivendo um grande momento neste setor. Devo aqui também louvar a atuação dos defensores públicos, que na ausência dos advogados realizam este serviço com grande competência.

Diário – E sobre a sua entidade de classe, a Ordem dos Advogados do Brasil, que o senhor exerce grande liderança já tendo inclusive presidindo a OAB por várias oportunidades e sempre foi um defensor de que ela se posicione diante dos fatos mais relevantes da sociedade, como é isso?
Wagner – Nós sempre tentamos pautar esses momentos para colocar a OAB a serviço da sociedade. Lembro-me de certa oportunidade quando a OAB tinha surgido a lei dos direitos coletivos, digamos assim, nós entramos com a primeira ação cível pública visando acabar com a taxa de iluminação pública que nós considerávamos e eu particularmente considero até hoje como uma bitributação. Então você paga pela energia que consome em casa e também pela iluminação pública e a Constituição Federal e o Código Tributário vedam isso, então ainda é preciso lutar contra isso.

Diário – Durante seu período à frente da OAB também era forte a mobilização política, de esclarecimento da população não é?
Wagner – Sim, nós participamos do movimento ‘Diretas Já’, que era um anseio de toda a população, além de outras importantes ações. Hoje vejo a nossa Ordem tendo à frente o doutor Paulo [Campelo] dando uma contribuição e uma condução muito sabiamente, fazendo essa campanha contra a violência. Lembro que em 1987 e 1988 nós fizemos também junto com a Pastoral Carcerária, unidos com os movimentos sociais, resultando em uma cartilha que ficou famosa inclusive dentro do aspecto da OAB que era “Você e a Violência”, que mostrava o que é a violência e como se proteger dela, além de orientar sobre como buscar os seus direitos, pontando os órgãos competentes. Então vejo hoje a nova direção da OAB dando continuidade a tudo isso, claro, em comum acordo com as novas tecnologias e os costumes.

Diário – Já que estamos passando a limpo sua trajetória na advocacia, ter participado da Comissão da Verdade, um desiderato do Congresso Nacional, tem que importância para o senhor?
Wagner – Eu me sinto muito honrado por ter sido o primeiro presidente escolhido pelos meus pares para exercer uma função rotativa, diga-se de passagem, não remunerada, mas acima de tudo de grande relevância mesmo. Mas também a nível nacional o Conselho Federal da OAB junto com a Câmara dos Deputados e outras entidades no final de 2012 iniciaram esse processo e eu fui o único escolhido aqui no Estado para receber uma honraria dentre os advogados de todo o Brasil que tinham lutado a favor dos presos políticos e também dos perseguidos políticos, então pra mim foi uma grande honraria mesmo, algo que me tocou profundamente ter sido o primeiro presidente da Comissão da Verdade aqui no Estado do Amapá.

Diário – Obrigado por sua entrevista.
Wagner – Eu que agradeço. Foi um depoimento sincero de uma pessoa simples e quem me conhece pode corroborar com tudo aquilo que eu disse, com certeza.

Perfil

Entrevistado. Jorge Wagner Costa Gomes tem 61 anos de idade, é casado e pai de três filhos. Formado em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em 1977, é advogado militante há 37 anos no Amapá, considerado um dos mais respeitados tribunos, ou seja, aquele causídico que se sobressai no Tribunal do Júri, praticamente sua segunda casa. Foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AP), Seccional Amapá, duas vezes no período do Território Federal do Amapá e outra já como Estado do Amapá. Tamanha popularidade e destaque o fizeram tentar a política partidária, alcançando uma honrosa segunda colocação na disputa pelo Senado Federal. Também já foi por duas vezes indicado ao desembargo.

FENÔMENO NATURAL: Turismo aposta suas fichas no Equinócio

TURISMO / A cidade de mais uma vez vira notícia no país e até no exterior por ser o cenário de um fenômeno natural único no Brasil, o Equinócio, que ocorreu na última 5ª feira
A ocorrência do fenômeno natural do Equinócio leva muita gente ao Marco Zero do Equador a cada ano, especialmente turistas ávidos por uma atração diferente daquilo que se chama de trivial em muitos lugares por aí.
Cleber Barbosa
Editor de Turismo

Atualmente é fácil se achar nossa posição global em relação ao planeta, afinal é simples ter acesso a um aparelho chamado GPS. Mas em poucos lugares no mundo isso é fisicamente possível de se ver a olho nu, no Monumento do Marco Zero do Equador, em Macapá. A única capital brasileira cortada pela Linha do Equador. E foi com o pensamento de explorar essa localização geográfica privilegiada que as autoridades locais organizaram a programação do Equinócio das Águas deste ano, cujo ponto alto foi na quinta-feira (20), dia em que ocorreu o fenômeno, que marca o início da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul.
“Você passam aqui todos os dias e já nem dão tanta importância para o fato de estarem no meio do mundo”.
Jorge Miranda, professor português

Jorge Miranda, um professor português considerado um dos maiores constitucionalistas do mundo, esteve em Macapá e teve uma crise de alegria, sé que existe o termo, ao deparar-se com o fato de estar no meio do mundo. Convidado a palestrar por aqui há alguns anos, ele tirou várias fotos sobre a linha do Equador, pulando de alegria com o feito. Aos guias que até riram de sua descontração, disse: “Vocês dão risada porque passam aqui todos os dias e nem não mais importância, mas a única vez que estive na Linha do Equador foi na África, andei muitas horas de jipe e depois no lombo de uma mula e cheguei a uma vila muito pobre onde uma placa de madeira indicava ‘linha do equador’. Aqui isso é plasticamente muito mais representativo”, disse o professor.

E ele tem razão. Mas da mesma forma com que muitos moradores do Rio de Janeiro dizem nunca terem ido ao Cristo Redentor, também em Macapá muita gente sequer pisou na parte de cima no Monumento do Marco Zero do Equador, muito menos saberia explicar o que é esse fenômeno raro que acontece por aqui. Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem no Amapá (Abav-AP), Elenilton Marques, a ideia é disseminar esse conhecimento não apenas com quem tem obrigação de saber, como os guias e os operadores de turismo em geral, mas com toda a sociedade. “E principalmente com nossas crianças, pois elas possuem um grande senso de localização e são perfeitos gentes multiplicadores de qualquer campanha educativa ou de conscientização, então a dica é trabalhar isso na escola”, disse ele.

Para quem não pode comparecer ao monumento do Marco Zero nestes dias de Equinócio das Águas, que na verdade fica encoberto pelas nuvens, fica a dica de ir lá em setembro, quando tem nova ocorrência, sem chuva.

A observação do sol em seu movimento aparente

O equinócio ocorre quando os raios do Sol, no seu movimento aparente, incidem diretamente sobre a linha do Equador, na Terra. Nesse período, os dias e as noites têm a mesma duração em todo o planeta. Para os povos antigos, como fenícios, astecas, maias, incas e egípcios, a posição que o Sol ocupa na linha do horizonte tinha uma grande importância para o dia a dia deles. Era nesta data e nesta exata posição do Sol que eles marcavam o calendário. Era dele que se contava o início para os 365 dias do ano.
Em Macapá, o equinócio pode ser observado do Monumento do Marco Zero. O fenômeno atrai estudiosos e turistas, além dos moradores da capital. Este ano, o fenômeno acontecerá no dia 23 de setembro próximo. No Amapá, devido a estação chuvosa, o equinócio é batizado de Equinócio das Águas, por conta do aumento do nível das águas no período. É constituído de uma edificação de 30 metros de altura, dotada de um círculo na parte superior, através do qual é possível visualizar o equinócio duas vezes ao ano, em março e setembro. O Sol alinha-se, perfeitamente, no círculo do Monumento Marco Zero e proteja um raio de luz sobre a linha imaginária do Equador.


Programação leva em consideração o valor e importância da água potável

Com o tema Equinócio de Março 2014: "Água para Todos", o Governo do Amapá, através da Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e parceiros, promoveu a programação do fenômeno do Equinócio das Águas. Como parte da programação do Ano Estadual da Água, as atividades contam com experimentos científicos, exposições, tour cultural e pedagógico, receptivos e a participação de estudantes da rede pública. Este ano, a temática "Água para Todos" visa apresentar a comunidade estudantil, visitantes e turistas, experimentos científicos a cerca do Equinócio; projetos relacionados à captação, tratamento e distribuição de água; além da valorização; importância; e a influência da água no dia a dia da população em geral.

Richard Madureira, secretário de Turismo, diz ser motivo de orgulho. “Macapá é privilegiada pelo fenômeno do Equinócio, que acontece duas vezes ao ano, nos meses de março e setembro, marcando o início das estações de outono e primavera”, explica. Março é o início da primavera no hemisfério Norte e do outono no hemisfério Sul. Em setembro ocorre o inverso. No dia do Equinócio, dia e noite tem a mesma duração.

O fenômeno do Equinócio deste ano aconteceu no dia 20 de março (quinta-feira), às 16h57min, porém, como ensinava o já falecido físico Marcomedes Rangel, ele pode ser observado nas 24 horas que antecedem ao ponto alto, bem como 24 horas depois do fenômeno. Neste dia, a programação dava ênfase à astronomia, abordando a influência dos astros nas mudanças das marés, o fenômeno das águas, no aspecto do dia a dia da população amazônica, o fenômeno da Pororoca e a sustentabilidade da água para o mundo e o turismo.

CURIOSIDADES
"Macapá é privilegiada pelo fenômeno do Equinócio, que acontece duas vezes ao ano, em março e em setembro".
Richard Madureira, secretário de Turismo

- A palavra "aequinoctium" vem do latim e significa "dia igual a noite". Representa a passagem do Sol pelo Trópico de Câncer (hemisfério Norte), atravessando a linha do Equador e indo incidir pelo Trópico de Capricórnio (hemisfério Sul), onde é realizado um movimento de vaivém. Por conta da inclinação que a Terra sofre, se tem a impressão de que é o Sol que se movimenta. Mas, é o planeta que faz essa evolução. 

15h57
Hora exata do Equinócio das Águas 2014.

VISTA AÉREA

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